Feeds:
Posts
Comentários

Archive for the ‘ALI’ Category

Maria Luiza Heine

 

image

 

A ALI, Academia de Letras de Ilhéus iniciou um projeto para publicação dos discursos de posse dos acadêmicos. Até o início deste século XXI, os discursos eram arquivados escritos, para guardar a memória e história dos acadêmicos e sua participação na vida da academia. É importante ressaltar que a ALI tem inúmeros momentos de destaque, que compõem sua história, nestes mais de 60 anos de existência. Entretanto, dois desses momentos são mais marcantes: um antes e outro depois de sua sede que, não podemos esquecer, foi uma doação da Prefeitura de Ilhéus, no governo do futuro acadêmico Jabes Ribeiro, ocorrida no ano de 2002. Desde sua fundação em 1959, as reuniões ordinárias eram realizadas na casa de alguns acadêmicos, sendo as primeiras, de acordo com depoimentos, na residência do acadêmico fundador, Nelson Schaun. Daquele tempo tenho algumas notícias, que se tornam cada vez mais raras, à medida que os pioneiros vão partindo para o andar de cima. Mesmo sem o devido conhecimento, acredito que possa afirmar uma característica que seria muito seguida, que é a de obedecer a um ritual, comum às academias de letras. É quase certo que os momentos das posses seguiam os rituais de uma importante solenidade.

Da minha posse, ocorrida em setembro de 1998, não existe discurso gravado e nem escrito; foto, só aquela que serve de ilustração à introdução desta crônica e nela não aconteceu nenhuma solenidade. Acredito que tenha sido a posse mais singular, talvez, em toda a existência deste sodalício. Já havia se passado algum tempo que a eleição havia ocorrido, quando recebi a comunicação de que a posse ocorreria naquela semana, no Salão Nobre da Associação Comercial de Ilhéus. Só estavam presentes cinco acadêmicos (Mário Pessoa, João Higino, Francolino Neto, Antônio Lopes e o quinto deles cortado na foto); o confrade Jabes Ribeiro também compareceu, mesmo não pertencendo à academia, tendo sido convidado por ser o prefeito da cidade e por prestigiar com frequência os eventos na academia. Jabes, quando viu tão pouca gente no importante evento, mandou chamar Hélio Pólvora, acadêmico e presidente da Fundaci, que alegou estar sem paletó. Jabes ligou para a Prefeitura, mandando vir o fotógrafo, trazendo um paletó que guardava no gabinete para eventuais necessidades.

No momento de fazer o discurso, quem disse, que discurso de posse? Eu não sabia que deveria fazê-lo, falei de improviso. Até aquele momento não havia assistido a uma posse na academia. Dele não se tem registro. Na minha memória ficou a enorme emoção daquele dia, a sensação de estar ingressando num espaço muito especial, num Olimpo, não de deuses, mas de “imortais”.

Aquele dia, que começou como um dia qualquer, foi um dos mais importantes da minha vida e da minha história profissional. Também deixou um momento de descontração, que não esqueço: apesar de ser um dia de semana à tarde, me arrumei toda com minha roupa mais bonita, um tailleur bege muito elegante, salto alto, meia de seda e maquiagem.

Luiza, minha sobrinha de sete anos, acostumada a me ver vestida de forma muito simples, perguntou: “vai aonde tia?”

Respondi: “para a academia”.

Ela retrucou: “tolerância zero, não, tia”.

Ela só conhecia a academia de ginástica. Dei muita risada.

Atendendo à sugestão dos meus pares, escrevi esta crônica.

Read Full Post »

Marcas da Cidade

A Academia de Letras de Ilhéus – ALI – através do seu presidente, Prof. Josevandro Nascimento, está oferecendo ao público, no decorrer deste mês de setembro uma série de palestras que fazem parte da “Primavera Cultural”; o evento vem contando com a participação de ilustres homens das letras. São eles: Cyro de Matos, Aleilton Fonseca, Ruy Póvoas e Dorival de Freitas. Não tenho ido aos eventos, lamentavelmente, pois sei que estou perdendo, mas infelizmente, já diz a física, que não podemos estar em dois lugares ao mesmo tempo.

No último dia 11, o palestrante foi o poeta, escritor e professor Aleilton Fonseca, que nasceu em Firmino Alves, e se criou em Ilhéus; é grapiúna, portanto. Tem vários livros publicados e é membro da Academia de Letras da Bahia. É uma pessoa muito simpática e eu tive a satisfação de trabalhar com ele no projeto do centenário de Jorge Amado, em Salvador. Após a palestra, aconteceu o lançamento do livro de Aleilton cujo título é “As marcas da cidade”. É um livro de contos, de leitura muito agradável, ambientado em Salvador, cidade onde o escritor reside.

Como não pude marcar presença em tão importante evento cultural promovido pela ALI, solicitei ao Prof. Alderacy Júnior que escrevesse algumas linhas sobre o mesmo, o que ele fez muito bem.

 

EXISTE PALESTRA BOA?

Alderacy Júnior

 

Os participantes do Projeto “Primavera Cultural” da Academia de Letras de Ilhéus responderão que sim, especialmente os agraciados (como eu) da preleção do poeta, crítico literário, professor de Literatura da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e membro da Academia de Letras da Bahia. Logo de início, o palestrante da temática “A poesia das Águas: vivências e encantamentos” quebra o gelo em torno da prática de preleção, evidenciando-nos que não seria mais uma palestra, como as piadas bem exemplificam.

Com linguagem simples, elegância e poesia, Aleilton traçou um panorama da água na literatura brasileira, e exibiu lindas imagens fotográficas, as quais enriqueciam a interação entre leitores e poemas. Chegou a surpreender a muitos dos presentes com uma bela interpretação oral dos poemas e com textos poucos conhecidos de autores como o “encantado” João Guimarães Rosa, que é exacerbadamente conhecido pela prosa poética, e com poemas sobre a temática em questão.

Citou e comentou didaticamente os poemas dos poetas grapiúnas, Sosígenes Costa e Cyro de Mattos. Abordou com sensibilidade e perspicácia, evidenciando o patrimônio cultural da cultura do sul da Bahia, e o caráter ecológico dos versos declamados de Sosígenes e Cyro. (Juntamente com Cyro de Mattos, Aleilton organizou o título “O triunfo de Sosígenes Costa, composto por ensaios e depoimentos de amigos do poeta de Iararana e Búfalo de Fogo”. Fonseca também é responsável pela revista Iararana, que publica, dentre outros, pesquisa sobre o poeta grapiúna e ainda não celebrado merecidamente pela produção poética.)

Mas o painel não ficou apenas na literatura moderna, foi buscar exemplo em outros estilos, como o modernismo, através de Casimiro de Abreu. Fomos brindados com um poema (talvez inédito) do mesmo Aleilton, versando sobre as águas do Rio Cururupe, de Ilhéus.

Durante vários momentos de sua fala boa de ouvir, pela dicção e expressividade própria de um poeta antenado com o seu tempo e o lugar, fomos arrastado para acompanhar seus pensamentos, suas reflexões e sua consciência ecológica.

Coerentemente com os pensadores modernos, como Bachelard, citado por ele mesmo, sua palestra foi, de fato, um convite para um novo olhar ou uma apreciação mais apurada sobre a água, instigando-nos a desejar preservar os rios, os mares e os oceanos.

Como poucos comunicadores, Aleiton Fonseca explanou com desenvoltura, conteúdo e envolvimento da plateia.

O presidente da ALI, escritor e professor universitário Josevandro Nascimento agradeceu publicamente ao acadêmico Aleilton Fonseca pela “aula de literatura” ministrada no contexto da Primavera Cultural e do ano internacional da água (de acordo com a UNESCO); à Faculdade Madre Thaís, pela presença de estudantes motivados pela instituição de ensino; aos acadêmicos presentes e comunidade em geral. Enfatizou o presidente que essa iniciativa da “casa de letras” de Ilhéus, visa interagir com a comunidade local e ampliar as atividades culturais da região grapiúna, focando na literatura tanto local como nacional, em especial.

A acadêmica e professora da UESC, Maria Luísa Nora (Baísa) registrou com propriedade o valor da palestra proferida pelo poeta Aleilton Fonseca. Segundo Baísa, não sairemos como chegamos, em função da maneira encontrada pelo prelecionista e os recursos bem utilizados no decorrer de sua explanação, evitando a dispersão.

Foi uma noite memorável para os anais da Academia de Letras de Ilhéus.

aleilton

Read Full Post »

Josevandro e Jabes - Foto Alfredo Filho

Após o término do segundo mandato do professor Arléo Barbosa à frente da Academia de Letras de Ilhéus (ALI), toma posse o também professor e bacharel em Direito, Josevandro Nascimento.

O dia 14 de março, dia da poesia, aniversário do grande poeta baiano, Castro Alves, é sempre um dia de festa na academia, pois é quando se comemora a data de sua fundação. Este ano a instituição está completando 54 anos de existência. Até 2004 era uma instituição sem sede; mas a persistência de alguns de seus membros a manteve viva, até que a sensibilidade cultural do prefeito Jabes Ribeiro possibilitou a doação do prédio, sua atual sede, patrimônio cultural da cidade de Ilhéus. Até então a academia se reunia, ora na Associação Comercial, ora na casa de um dos seus membros.

A Academia de Letras de Ilhéus foi fundada nos moldes da Academia Francesa e da Academia Brasileira de Letras. Ela tem como objetivo a cultura da língua e da literatura nacionais, nas suas relações com as ciências e as artes. Seu idealizador e primeiro presidente foi o poeta Abel Pereira. A instituição é composta por 40 membros e tem como divisa: Patriae litteras colendo servian, que significa “servir à Pátria cultuando as letras”.

Os sócios fundadores foram: José Cândido de Carvalho Filho, Leopoldo de Campos Monteiro, Francolino Neto, Nelson Schaun, dentre muitos outros. Seus mais conhecidos membros foram Jorge Amado e Adonias Filho, que pertenceram às Academias da Bahia e Brasileira.

As comemorações deste ano tiveram início na Pça. Castro Alves com uma atividade em homenagem ao poeta. A Academia depositou flores no busto e um grupo de teatro, dirigido por Pawlo Cidade, declamou Navio Negreiros.

Josevandro - Edivaldo Brito - Foto Alfredo Filho

A noite de posse de uma nova diretoria, ou de um novo acadêmico é sempre cercada de muito glamour, já que a própria solenidade contém um ritual próprio. Este ano não foi diferente, a cerimônia de posse foi belíssima. Várias autoridades marcaram presença, inclusive o acadêmico Prefeito de Ilhéus, que, por sinal, aniversaria no mesmo dia.

Após a entrada dos acadêmicos, foi feita a composição da mesa, com as seguintes pessoas: Presidente Arléo Barbosa, Secretária Eliane Sabóia, Prof. Edivaldo Brito (que fez uma saudação à Castro Alves, declamando várias poesias do poeta dos escravos de forma brilhante), Aleilton Fonsêca (acadêmico representante da Academia de Letras da Bahia), a Magnífica Reitora da UESC, profa. Adélia Pinheiro, além dos representantes do exército e da marinha.

A UESC, FTC e Faculdade Madre Thais, se fizeram presentes, através dos seus dirigentes. À posse compareceram mais de 20 acadêmicos; a Academia estava lotada de diversos outros seguimentos da Sociedade. Foi uma bela festa.

Após o encerramento da solenidade foi servido um farto coquetel aos presentes.

Josevandro posse - Foto Alfredo Filho

As fotos são de Alfredo Filho, cedidas pela SECOM

Read Full Post »

A noite da última quinta-feira, 14, foi marcada pela retomada das atividades da Academia de Letras de Ilhéus e posse da nova diretoria, que será presidida pelo professor Josevandro Nascimento. Durante o evento, que contou com a presença do prefeito Jabes Ribeiro, foram prestadas homenagens póstumas ao poeta baiano Castro Alves, que nasceu na mesma data da solenidade. Também participou do evento, o jurista e vereador da capital baiana, Edivaldo Brito, patrono da academia, que ressaltou o legado deixado pelo poeta, citando alguns versos.

Ao final da cerimônia, todos cantaram parabéns ao prefeito, por mais um ano de vida, momento que já se consolidou como tradição nesta solenidade. Na ocasião, o presidente empossado disse ser confiante na atual gestão municipal. “Confio na generosidade de Jabes Ribeiro, para essa difícil tarefa de reconstruir a cidade, depois das tempestades administrativas que abalou as nossas esperanças”, ressaltou Nascimento.

No mesmo sentido, em seu discurso de agradecimento pelos quatro anos em que esteve na presidência da academia de letras de Ilhéus, Arléo Barbosa, demonstrou gratidão ao prefeito Jabes Ribeiro, que em seu mandato anterior, fez a doação do prédio para sediar o equipamento de cultura e recinto intelectual do município de Ilhéus.

Composição da mesa – compuseram a mesa da solenidade, o ex-presidente da academia, Arléo Barbosa, que conduziu a posse da nova diretoria, a Reitora da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Adélia Pinheiro, Jabes Ribeiro, e o vereador Edivaldo Brito. A solenidade contou com a presença do presidente da Fundação Cultural de Ilhéus (Fundaci), Paulo Atto, do secretário de Desenvolvimento Social, Jamil Ocké, e do Chefe de Gabinete do Prefeito, Victor Veiga, além de outras autoridades, amigos e familiares dos acadêmicos empossados.

Secretaria de Comunicação Social (Secom)

Ilhéus – 15.03.2013

Read Full Post »