Não estamos preocupados com a salvação do planeta. A Terra já sobreviveu a cinco extinções em massa, a última delas a que acabou com os dinossauros, há 65 milhões de anos, e vai sobreviver se o modo de vida humano causar nova extinção em massa. O assunto não é se preocupar com o fim do mundo, mas encontrar formas de preservar a capacidade da Terra de sustentar uma civilização próspera e moderna. (Anthony Cortese) |
Este livro tem como base minha Tese de Doutoramento, realizada na Universidade do Estado da Bahia (UNEB), defendida em 2013. O tema trata da Educação Ambiental, como forma de despertar nas pessoas o interesse em modificar suas práticas e assim, tentar reverter o quadro de desolação que assola o meio ambiente do planeta Terra.
Podemos afirmar que o século XX conheceu a maior transformação já ocorrida no planeta, depois da existência da história escrita. Transformação em muitos sentidos, no que se refere à técnica e tecnologia, aos costumes, aos valores e, principalmente e inclusive, no que se refere à humanidade. Quando se pensava na possibilidade de uma convivência mais harmoniosa, numa evolução espiritual, o que se tem visto neste início de século é um estado de guerra mais exacerbado; a intolerância aflorou de tal forma, que passou a se constituir em estado de risco permanente, onde a possibilidade de extermínio da vida se tornou viável, somando-se àquela já percebida dos problemas ambientais.
Nossa preocupação com as questões chamadas ambientais surgiu, de certa forma, tardiamente, posto que, enquanto muitos ambientalistas insistiam no assunto desde o início da segunda metade do século XX, passamos a enxergar o problema somente no final daquele século.
O que nos levou à pesquisa que deu origem à nossa tese surgiu com a nossa prática pedagógica nas aulas de Gestão Ambiental, por volta do ano de 2008, no Curso de Administração da Faculdade de Ilhéus (BA). Nessas aulas, percebemos que os alunos do 7° período estranhavam a inserção da disciplina em um curso cuja finalidade era orientar como administrar empresas que, provavelmente, estariam na zona urbana. Aqueles alunos ainda pensavam que meio ambiente trata apenas da natureza, das florestas, dos rios e dos animais. As pessoas e o meio ambiente urbano não estariam nele incluídos.
Por outro lado, no iniciado século XXI já se percebia a necessidade dos seres humanos enfrentarem os graves problemas relacionados às questões ambientais, produzidos pelos avanços tecnológicos e pela marca alcançada de sete bilhões de habitantes humanos desejando tudo o que é produzido pelo capitalismo e oferecido pela sociedade de consumo. Já havia um movimento buscando a preservação ambiental, posto que, está escrito na Constituição Brasileira de 1988 que, usufruir de um meio ambiente ecologicamente equilibrado é um direito de todos, e é dever do poder público e da coletividade defendê-lo. Também nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), sobre o Meio Ambiente, está posto que, “de onde se retirava uma árvore, agora retiram-se centenas. Onde moravam algumas famílias, consumindo alguma água e produzindo poucos detritos, agora moram milhões de famílias, exigindo imensos mananciais e gerando milhares de toneladas de lixo por dia” (p. 174). Afinal, já somos sete bilhões de habitantes no planeta; e por conta da mentalidade criada pelo capitalismo e pela globalização, cada vez mais crescem nossas necessidades de alimentos diferentes, de mais água, de retirar do planeta aquilo que necessitamos; mas não podemos esquecer que o futuro da humanidade e da vida no planeta depende da relação que o homem estabelecer com a natureza, e de como ele utiliza os recursos naturais disponíveis.
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